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quinta-feira, junho 05, 2008

Irritam-me os fundamentalismos

Nem sempre concordo com o meu partido e esta é daquelas em que eu não consigo rejubilar nem sequer aplaudir ou mesmo anuir. Por diversas razões mas acima de tudo por aquilo que as une. A hipocrisia contra as touradas. Poderia dar aqui mais de 100 exemplos do que se poderia proibir em Portugal de dar na televisão porque são suceptiveis de "é susceptível de influir negativamente na formação da personalidade de crianças e adolescentes". Porquê as touradas? Por causa dos direitos dos animais? OK. Voltamos á hipocrisia. Quantas coisas teriam de ser proibidas primeiro. Se antes os exemplos eram 100 então aqui seriam mais ainda.
Sei que muitos dos que passam no Troll vão chamar nomes e pelo menos pensar que eu sou terrivelmente nojento por gostar de touradas. Confesso que não me importa. Nunca norteei os meus gostos e as minhas ideias por aquilo que os outros pensam de mim. Não o vou começar a fazer agora. Mas gosto de discutir temas controversos pelo que se quiserem pode-se abrir aqui um debate interessante. Sem demagogias ou retóricas.
No outro dia uma amiga dizia-me que era incapaz de entar numa tourada, por aquilo que ela representava. O marialvismo, as tradições e essas coisas todas. É um argumento que eu aceito. Há pessoas que não vão porque não gostam do espectáculo em si. Concordo. Há pessoas que não vão porque lhes faz aflição. Concordo. Todas essas pessoas quando dá uma tourada na televisão podem mudar de canal.
Nisto como em tantas coisas sou contra os fundamentalismos. O que me chateia é que para alguns a cabeça está cheia de contradições sobre o que é um direito e uma imposição da cultura dominante.

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15Comenta Este Post

At 6/06/2008 12:23 da manhã, Anonymous Anónimo escreveu...

vocês sabem namorar bem o alegre. amanhã põe 1 post sobre caça que ele vai gostar

 
At 6/06/2008 12:48 da manhã, Blogger Farpas escreveu...

Não gosto de touradas, nunca vi nenhuma ao vivo e possivelmente nunca vou ver porque não gosto, também não gosto de boxe e por isso também não vejo, acho a tourada ainda pior do que o boxe por motivos óbvios de "escolha". Também não gosto de lutas de cães ou galos assim como as corridas de animais não me dizem nada. Tenho pena do touro por ter de estar ali na arena a levar com os ferros enquanto centenas de pessoas olham para ele. Não gosto, não vejo, não vou, acho que é um espectáculo de violência gratuita (assim como o boxe por exemplo).

Aceito que seja uma tradição mas (como não gosto) é uma daquelas que não me importava nada que acabasse! Não me aquece nem arrefece que tenha de ser passado em horário "controlado", seja como for não tenho intenção de ver seja a que hora for. Se se proibir de dar na TV ainda melhor pode ser que substituam por um filmezito ou uma serie porreira!

 
At 6/06/2008 1:42 da manhã, Anonymous Anónimo escreveu...

Não sou apreciador de touradas, detesto a parte dos picadores, mas gosto das pegas.

Julgo que não sendo uma questão de relevancia politica, nem sequer mereceria grande discussão, os apoiantes da associação Animal, consideram-na um costume medieval.....

Picasso Hemingway , Lorca , e tantos homens de cultura, defenderam-na, e criaram obras imortais sobre a festa brava.

Os Ribatejanos de todos os partidos, têm desde garotos, uma paixão pela festa dos touros, diz-se que a bebem no leite materno.

Por isso é complicado , assim e democraticamente o Bloco terá de aceitar que nos seus militantes e simpatizantes haja quem defenda a festa, como uma questão de tradiçao e no caso ribatejano de cultura, e ao mesmo tempo terá de respeitar aqueles que abominam o espectaculo considerando-o uma festa condenavel....

E é assim que deve ser neste tipo de questões....

 
At 6/06/2008 3:38 da manhã, Blogger de.puta.madre escreveu...

Ora, uma Tourada é sempre uma coisa: didáctica para as crianças e para os adultos também. Nem que seja para lembrar ao pessoal humano que esta coisa do mundo que nós temos hoje é uma coisa muito cómoda e confortável. Está tudo, ainda que falemos de caos e etc, devidamente organizado. Não corremos riscos de nos depararmo-nos com um touro quando saímos de casa, um lobo, um lince etc... como os avós dos nossos avós e os antepassados de todos eles.
Mas que agora, quando saímos de casa, as coisas passam-se como na tourada: (utilizando a moral de um anúncio publicitário, do qual desconheço a autoria, e que definia o espectáculo) “convidam-nos para a festa e apunhalam-nos pelas costas” ( e tinha em grande plano um touro). É! Andamos o tempo todo a dizer às criancinhas que a vida é uma festa, quando elas derem por isso têm mais ferros espetados nas costas que qualquer touro de tourada traumatizante de se ver num domingo à tarde antes da hora jantarmos todos - os vegetarianos e os senhores da herbalife inclusive - qualquer ex-ser-vivo do planeta.

 
At 6/06/2008 8:40 da manhã, Blogger Leal Franco escreveu...

Ora ora Daniel.
Uma coisa é gostares de touradas. Gostas do que queres ele há gostos para tudo. Há quem goste de putas: estão ali disponíveis para quem queira sentir a ilusão de ter algum controle no acto sexual e esteja disposto a pagar por isso. Outra coisa é defender as touradas ou a prostituição. Tanto uma coisa como a outra advém duma educação que se teve ou duma falta dela. E quando digo educação digo educação em valores humanos. Não em kestumes e outras perversões sociais.
Mas penso que já deves ter percebido o que quiz dizer...

 
At 6/06/2008 8:59 da manhã, Blogger Isabel Faria escreveu...

(E de repente, Manuel Alegre torna-se o centro do universo!!).

Daniel, o teu post versa dois pontos distintos, creio. As touradas. E a hipocrisia da bolinha na transmisão televisiva das touradas.

Contrariamente ao que diz o Anónimo da 1.42, sou ribatejana de gema e não bebei touradas no leite materno. Nunca entrei numa Praça de Touros.
Cresci a recusar tudo o que estava por detrás das touradas: o marialvismo, os tiques ridiculamente aristocratas.Para mim a cultura, talvez exactamente por ter nascido no Ribatejo, fez-se a lutar contra essa tradição.
Também porque essa tradição no Ribatejo tinha um rosto claramente de classe.
POrtanto, muito antes de parar para pensar nos touros...já eu não suporava aqueles que faziam das lides dos touros uma forma de segregação e de diferenciação de classe.
Os donos dos touros eram os latifundiários que escolhiam os camponeses na paraça das jornas...os toureios ou os forcados eram os filhos dos latifundiários...ou os que sonhavam sê-lo ou tê-lo sido.
Concordo que esta seja uma caracterização demasiado simplista e pouco consistente. Mas foi assim que cresci ao lado de touros, touradas e toureiros e forcados.

Quanto à bolinha: no essencial concordo contigo.
Metadae dos programas da televisão tinham que ter bolinhas ao canto..a começar pelo role indeterminável das telenovelas da TVI. Os valores (melhor, a ausência deles) que aquilo transmite é tão chocante e tão traumatizante para uma criança como um pega de cernelha...

 
At 6/06/2008 10:00 da manhã, Anonymous Anónimo escreveu...

Estou muito com o Leal Franco. A bolinha é essencial, mas não devia haver mesmo transmissões. Fere muitas sensibilidades, por mero oportunismo.
Já gostei de touradas, mas depois de aprofundar o que se vê e o que não se vê ababndonei a "arte". E a sua transmissão fere mesmo bons principios constitucionais, creio.

 
At 6/06/2008 1:29 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

Isabel e os toureiros a pé tambem eram latifundiarios e filhos destes?

Sou de Lisboa mas tenho ligações a Salvaterra, e posso-te garantir, que até no tempo do fascismo, o gosto pelas touradas era de todas as classes mesmo dos mais explorados.

Talvez não seja por acaso que o PCP, que até tem na zona alguma influencia, Benavente, Chamusca, Couço....tem nos seus militantes defensores acerrimos das touradas.

 
At 6/06/2008 3:02 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

Olá
Não gosto de touradas. Sou contra a existência de touradas.
Não concebo que se chame espectáculo a uma acção de tortura e sofrimento gratuito de animais com pessoas a assistirem e a gostarem de verem o sangue a jorrar, incentivando a barbárie.
Ser tradição não é sufeciente para justificar a sua existência.
É-me sufeciente este argumento para sustentar a minha opinião sem entrar pela parte social abordada.

Quanto a dizer que consegue enumerar 100 coisas que também deveriam ser proibidas primeiro, apoveito o contexto para o 'picar': olhe que isso tem laivos de demagogia, faz lembrar o Furão Barroso que também falava que enquanto houvesse uma criança com fome ...
Não leve a mal pois já percebi que tem tanta estima por esta personagem qt eu próprio :)

 
At 6/06/2008 3:07 da tarde, Blogger José Gil escreveu...

Grande Daniel Arruda.

Sim senhor gostei do post e estou totalmente de acordo.

Também eu sou apreciador de touradas e penso que esta tradição, tal como todas as outras, deixará de existir quando deixar de haver pessoas que as sigam, o que não acontece por proibição ou por decreto, nem com manifestações à porta das praças de touros.

Quando os amantes de touradas deixarem de existir, acaba-se a tourada. Até lá, todas essas movimentações contra a tourada só fará com que quem gosta se torne ainda mais defensor dela.

Um bem haja e um bom fds.

 
At 6/06/2008 4:46 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

Um gajo da FER que não gosta de fundamentalismos.
Tem a sua piada.

 
At 6/06/2008 5:10 da tarde, Blogger Daniel Arruda escreveu...

Farpas, desde que não a substituam pelos filmes do Rambo ou do Stevem Seagal que também são susceptíveis de influir negativamente na formação da personalidade de crianças e adolescentes tudo bem. na nossa televisão vai passar apenas a Música no Coração.

Anónimo, eu sou militante e tenho a minha opinião e acho que no BE não deixam de a respeitar. Apenas quis deixar claro que não concordo com a notícia que parecia de júbilo.

de.puta.madre, gostei desse comentário e já agora bem vindo que eu acho que ainda não te tinha visto aqui nas caixas.

leal, as coisas não são inocentes e tu sabes que eu defendo a legalização da prostituição enquanto actividade. Por isso deixemo-mos de rodeios. Eu posso achar muito mal que tu não comas carne. Mas não deixo de te respeitar. Mas para mim educação é muito mais que isso. Já agora não admito a muita gente que digam que eu não tive educação pois tenho demasiado respeito por quem me criou. Tenho pena é que os pseudo defensores de animais e da vida não sejam consequentes com o que apregoam. Mas isso era cair na demagogia não era?

Isabel, era de facto sobre dois pontos. Eu já tive oportunidade de falalr sobre o tema contigo pelo que me escuso de entrar em promenores, apenas que não concordo muito mas enfim, é uma das situações que refiro no post. É uma opção ainda que ideológica que eu mesmo não concordando na totalidade respeito.

fj, explica-me como pode um programa ter bolinha se os bilhetes veem identificados como um espectáculo para mais de 6 anos.
o Ruca e o Noddy já levam bolinha.

Pedro tarquinio, utilizando um pouco da demagogia se me permite porque é que em Portugal se permite a venda de camisas de seda quando as mesmas para serem produzidas têm de torturar animais, nomeadamente quando os bichos de seda são sufocados dentro dos casulos de modo a não os abrirem para que o fio não se estrague ou para ficarmos no tema televisão os desfiles de moda com peles naturais não têm também bolinha.

Obrigado josé Gil, alguém que me ajude nesta "selva".

auirre, podes-me indicar o meu número de filiado que eu não o sei. Pelos vistos estás mais bem informado que eu.

 
At 6/06/2008 5:40 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

Os gajos da FERa não escrevem em blogs. A LIT não deixa

 
At 6/07/2008 5:44 da manhã, Blogger de.puta.madre escreveu...

Obrigada, voltarei... vale.

 
At 6/07/2008 2:18 da tarde, Blogger Leal Franco escreveu...

Daniel
Gostar de touradas é a consequência duma educação onde elas são toleradas, mesmo bem vistas. Não quis dizer que eras mal educado como deves calcular. Nem sabia que defendias a prostituição senão nem mencionava as putas. Espectáculos como as touradas são aberrações sociais humanas, violência gratuita, desrespeito pelos animais. Mas eu sei e tu sabes que aberrações humanas existem muitas, violência é mato, e desrespeito pelos animais então nem se fala.
De resto concordo contigo: não tem sentido a tal bolinha se os bilhetes são para maiores de 6 anos. Mas a questão não está na bolinha mas sim na tourada ser para maiores de 6 anos (outra aberração).
Relativamente à coerência é uma virtude que ambos admiramos e procuramos praticar. Não será?

 

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