Se se provar o assalto, acho que há dois crimes e não um - o da polícia e do pai do menino
Esta manhã aconteceu mais um erro de pontaria da GNR do qual resultou a morte de uma criança de 11 anos. Sobre isto gostaria de dizer umas coisas:
1º - Concordo completamente que a família da criança de 11 anos, morta esta manhã pela GNR que, mais uma vez, ao atirar para as rodas de um carro em fuga, se enganou (ou será que as duas balas fizeram ricochete ao mesmo tempo?... ainda não percebi bem) e atirou, pelo menos, um bom metro mais em cima, pretenda que seja feita justiça e resolva processar judicialmente o autor do crime ou a própria instituição.
2º - Penso que, se for provado que estava em curso um assalto, alguém deveria processar a família do jovem de 11 anos, não só pelo assalto em si, o que, creio, será feito, mas por o levar para esse assalto.
3º - Não aceito que me justifiquem isto, se for provado que aconteceu, repito, com questões culturais, étnicas, sociais ou outras quaisquer. Uma criança de 11 anos é uma criança de 11 anos e se for levada por adultos a cometer crimes ou actos que possam pôr em causa a sua segurança ou a sua vida, esses adultos devem ser responsabilizados e punidos por isso.
4º - Continuarei sempre a achar que a descriminação positiva não é solução de nada nem para nada e acaba sempre por ser uma forma tão racista como o racismo de perpetuar a desigualdade de oportunidades e de direitos.
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Etiquetas: Isabel Faria
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Pode haver dois crimes: a morte da criança, o pai ter levado a criança. O roubo propriamente dito (uns ferros velhos) é uma chuchadeira. Esses pequenos delitos nem sequer deviam ser notícia e alguns desta natureza serão até bem-vindos. Digo eu ...à custa deles a minha mãe - sucateira de profissão, conseguiu sozinha sustentar uma família de sete pessoas e educá-los com valores como o respeito e a honestidade.
Fernando, era isso que queria dizer...se me permites vou emendar o título, pois, efectivamente, não está claro.
Que um pai e um tio levem um garoto de 11 anos para fazer um assalto, mesmo que seja um assalto de pequena monta, revela da parte do pai uma total falta de responsabilidade,falta daquilo que que um filho espera de um pai, que ele seja para ele um exemplo e o ajude a enfrentar a vida, nesses digficeis primeiros anos.
E nem estou na disposição de discutir se era de uma etnia ou outra , isto é valido para todos os pais ponto final.
Quanto á GNR, e á PSP julgo que estes casos de atirar para as rodas e acertar na cabeça, ou revela muito má pontaria, ou armamento desadequado, ou talvez um certo deixar andar dos comandantes destas duas forças, atirar a matar só em ultimo caso, e quando não há alternativa, este deve ser o ensinamento, e a politica a defender,a justiça é para ser feita nos tribunais, e o papel da policia é prender os criminosos, e não fazer justiça sumaria.
Pode ser popular, mas mais tarde ou mais cedo, acaba sempre por conduzir á impunidade, e aí não ganha nem a justiça nem a democracia.
Continuo a pensar que pode ter havido dois crimes,embora não comparaveis. Estes últimos tiros deram origem a um docuentário que a sic notícias vai apresentar sobre estes polícias.Significativo,julgo.
Anónimo, é exactamente o que penso.
FJ, não estou a fazer comparações entre crimes, evidentemente.
Penso é que é má opção partir-se do príncípio, nós Esquerda, partirmos do princípio que nem todos os cidadãos são iguais perante a Lei. A nossa função não é aceitá-lo, em nome do que quer que for...é exigir que se seja.
Aquele polícia tem que ser julgado porque matou uma pessoa quando apenas tinha que ter encontrado forma de parar um carro em fuga. Os adultos, pai e tio, que levaram um menor assaltar o que quer que seja, obrigando-o a assumir riscos de vida, têm que ser punidos por negligência ou seja lá qual for a figura juridica que se adeque ao caso.
Crimes diferentes, seguramente. A justiça é que temos que exigir que seja a mesma.
É só nesse sentido que referi a comparabilidade. Creio que estou de acordo contigo, e na linha do Fernando.E vê-se cada vez mais cowboiada das policias, depois de um certo período de ( aparente? ) acalmia. E o que disseram mai e diretor é mais do que significativo.
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