Diz-me quem defendes...dir-te-ei quem és!
"Sempre defendemos o diálogo, o respeito pelo direito internacional, designadamente o Tibete como parte integrante da China. Está cada vez mais claro que estes incidentes têm como objectivo político comprometer os Jogos Olímpicos", Jerónimo de Sousa, Secretário Geral do PCP, em declarações a imprensa, na Quinta-feira passada.
"As evidências mostram que os incidentes violentos foram provocados pelas forças independentistas tibetanas e planificados pelo camarilha do Dalai Lama com o objectivo de minar os Jogos Olímpicos e de separar o Tibete da mãe pátria", artigo do Jornal do Povo, porta-voz (ok, um dos porta-voz) do PCC.
...
Jerónimo de Sousa, coibiu-se de usar o termo "camarilha". No resto não há diferenças. Nem sequer na deturpação da história.
Um chama ao Tibete "parte integrante da China", o outro afirma que se pretende separar o Tibete da "mãe pátria".
Um e outro esquecem-se de que a "mãe pátria" e a "parte integrante" começaram há pouco mais de meio século, e que o Tibete era, até à invasão chinesa, um Pais independente. E não me venham contar histórias sobre qual era o regime, se era mais justo ou menos justo, se os tibetanos viviam melhor ou viviam pior...o PCP lutou pela independência das ex-colónias portuguesas, no léxico e no entendimento do regime fascista "partes integrantes da mãe pátria" ( "Angola é nossa!!", lembram-se?) e ainda não se mostrou arrependido de o ter feito ( e ainda bem que não mostrou) apesar de José Eduardo dos Santos e da fome...
...
Depois o resto também é igual. A preocupaçao de um e de outros são os Jogos Olímpicos. O resto, os direitos humanos, a justiça social, a liberdade, são, apenas, ninharias.
Diz-me com quem andas...já diz o ditado popular.
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19 DE MARÇO DE 2008 - 19h05
História, interesses e verdades sobre o Tibet
por Elias Jabbour*
A “mão invisível do mercado” ou algum “hedge fund” teria condições de alçar o progresso social e material de uma localidade como o Tibet, longe da soberania chinesa? Algum monge profeta de uma futura “independência do Tibet” ou qualquer intelectual orgânico do status quo reinante ou algum (a) jornalista brasileiro correspondente na China aceitariam enfrentar este debate? Alguma consideração fora das palavras de ordem ditadas em algum “instituto de estudos chineses” ou em redações dos jornalões do imperialismo, ambos localizados no centro do sistema?
Como geógrafo e pesquisador ocupado há quase 15 anos com a temática chinesa, já tive acesso a diversos mapas da China produzidos na Europa ou nos EUA antes de 1949. Em todos eles o Tibet é contemplado como parte da China. O que será que ocorreu de 60 anos para cá? Muita coisa mudou, interesses estão em jogo, inclusive a China não é o mesmo país da década de 1940. Muito pelo contrário.
Questões que devem ser respondidas
Antes de qualquer coisa, acredito ser interessante a resposta a algumas perguntas políticas, pois a descaracterização do Tibet como parte inalienável do território só pode guardar conotação política: você advogaria em favor da legalização de uma sanguinária “teocracia escravista” aliada ao imperialismo que ao bem do povo Tibetano foi desmantelada e desarmada em 1951 com a retomada da soberania chinesa sobre o Tibet? O mais ferrenho anticomunismo justifica tal defesa? Ou tal defesa só é justificável, justamente por uma postura de classe reacionária e na contramão da ampliação dos mínimos direitos humanos, a começar pelo direito à vida? Resumindo, a quem interessa a divisão de países como a Iugoslávia, a ex-URSS e da China?
Vamos nos render às imagens de monges revoltados alimentados ideologicamente por um multimilionário financiado pela CIA (Dalai Lama: alguém já procurou saber quem financia os milhares de exemplares de suas receitas espalhadas por livrarias do mundo inteiro?) ou nos deteremos à verdade historicamente construída e concebida, para quem o Tibet é parte da China há mais de sete séculos? Trata-se de um conflito entre um povo nacionalmente oprimido ou entre duas coalizações sociais e entre interesses internacionais distintos? Ou é legítimo o projeto de Dalai Lama de construção de um “Grande Tibet” incluindo territórios hoje pertencentes a China, a Índia e ao Nepal? (1)
Bom, a bem da sensatez e da verdade histórica, refletir sobre tais questões.
Oposição histórica ao governo central
Confesso que não fui assaltado por grandes surpresas ante os acontecimentos da semana passada em Lhasa, capital do Tibet. Grande parte dos monges residentes no Tibet nada tem de contrário à soberania chinesa sobre a região. Outra parte, mais radicalizada e afeita à liderança de Dalai Lama sempre esteve disposta a enfrentar o governo chinês. Estiveram à frente da grande revolta que se degenerou em grandes conflitos entre os anos de 1959 (ano em que Dalai Lama exilou-se na Índia) e 1961, inclusive com a participação de guerrilheiros Tibetanos treinados no estado norte-americano do Colorado e lançados de pára-quedas em território chinês, juntamente com armas e aparelhos de retransmissão (2).
Naquele momento, as revoltas contra o governo central iniciaram-se em 1956, quando o governo, após reorganizar o mapa do país e transformar o Tibet e outras regiões de minorias étnicas em “regiões autônomas”, partiu para a radicalização de reformas como a agrária e do direito; reformas encetadas justamente contra as bases econômica e política da então classe dominante Tibetana (3). Aliás, os atuais distúrbios têm como objetivo lembrar o início das revoltas de monges Tibetanos contra as reformas democráticas, em 1959.
Abrindo parêntese, Duarte Pereira nos alerta quem em 1956, o atual Dalai Lama – ao discorrer acerca da concentração de renda na região – em sua autobiografia chama atenção ao fato de que no Tibet, o governo local detinha e administrava diretamente 38,9% das terras da região, os mosteiros 36,8%, os aristocratas leigos, 24% e os camponeses 0,3% restantes (4). Foi contra esse estado de concentração econômica e política que as reformas democráticas encampadas pelo governo central, na segunda metade da década de 1950, se dirigiam; com a oposição das mesmas camadas sociais que foram às ruas de Lhasa na semana passada.
Dalai Lama condecorado por Bush
Retornando, exemplo semelhante reside nos acontecimentos de abril de 1989 também em Lhasa – e alguns meses antes dos lamentáveis ocorridos em Tiananmen –, quando o atual residente chinês, Hu Jintao, então governador da região autônoma, impôs a lei marcial como resposta ao levante. Em 1989, mesmo defendendo o direito da Índia de dispor de bombas nucleares, ironicamente, Dalai Lama, foi condecorado com o Prêmio Nobel da Paz. Além de uma ofensa a qualquer mente pensante deste mundo, tratou-se de uma verdadeira condecoração política circundada pela débâcle do sistema socialista europeu e soviético.
Assim sendo, sem medo de ser superficial ou leviano, os interesses saídos do porão por parte dos monges rebeldes da semana passada em nada difere dos interesses defendidos por eles mesmos em meio a distúrbios provocados na posteridade imediata da reocupação chinesa sobre a região no início da década de 1950. Existem, portanto, dois grandes interesses internos ao Tibet em jogo que se entrelaçam por uma questão de maior envergadura residente na luta do imperialismo contra a unidade nacional da última política fronteira a ser aberta pós-1990. Não é nenhuma fantasia as elucubrações da extrema-direita norte-americana da necessidade de se levar adiante a fragmentação da China em sete países. Além disso, é intolerável a existência de um partido comunista no poder num país com a importância e crescente influência da China. Eis o “x” da questão.
Neste sentido é muito significativo o fato de George Bush, em setembro de 2007, ter sido o primeiro presidente norte-americano na atribuição de suas funções a receber Dalai Lama na Casa Branca. Não somente isso, em seguida o acompanhou e entrou de mãos dadas com o mesmo no Congresso para a entrega – ao Dalai Lama – da Medalha de Ouro do Congresso dos Estados Unidos, maior honraria civil do país. Diga-se de passagem, maior honraria civil outorgada ao herdeiro de uma das formas mais brutais e cruéis de governo da história da humanidade. Sob este prisma, interessante é a lembrança feita por Domenico Losurdo (em “Fuga da história?”) de opinião emitida nada mais, nada menos que no “Livro Negro do Comunismo”, para quem em sua página de número 509 pode ser encontrada a seguinte observação: “uma elementar análise histórica é suficiente para destruir o mito unânime alimentado pelos partidários do Dalai Lama”. Pelo andar da carruagem, atualmente, não existe nenhum interesse nesta desconstrução.
Voltando, dois elementos devem vir à tona hoje: 1) O Tibet é a região chinesa com índices de desenvolvimento humano e econômico com maior expansão nos últimos cinco anos e acompanhado por um aumento substancial na influência local tibetana sob os assuntos da região e 2) Existe um esgarçamento imperialista internacional sobre os dois principais elos-débeis do sistema, a América Latina (vide Plano Colômbia e a ofensiva contra a política de integração sul-americana) e a própria Ásia (recente aliança militar EUA-Japão, retomada de vendas de armas a Taiwan, mobilização de intelectuais europeus e norte-americanos pelo boicote aos jogos olímpicos de Pequim etc.).
Soberania historicamente irrefutável
A unidade e a formação territorial chinesa, fruto dos intercâmbios econômicos, políticos e culturais entre a etnia majoritária han e as demais nacionalidades que hoje compõem a plêiade d o conjunto da nação chinesa. A China nunca tivera uma vocação expansionista, sendo que a absorção de territórios e culturas foi um processo marcado por três características: 1) longo tempo histórico entre o contato inicial entre diferentes povos (han com mongóis, Tibetanos, uigures) e a incorporação territorial em si, 2) as mediações e processos que possibilitaram a incorporação de novos povos ao Império Chinês sempre fora marcadas por tratados comerciais e de proteção militar e 3) a anexação de novos territórios somente ocorreu em momentos em que a China fora governada por dinastias estrangeiras (mongol e manchu).
O reino tibetano do Tubo foi formado no século 7 d. C., momento aquele em que dois descendentes e soberanos casaram-se com princesas Han, firmaram acordos de variados tipos com o Império Chinês e aceleraram o intercâmbio cultural e econômico entre as duas nacionalidades (5). Prova disso são os telhados das construções existentes no Palácio de Verão em Pequim, onde o tom amarelo dos telhados lembram os dos mosteiros visitados com freqüência por representantes do Império Chinês ao Tibet. Passaram-se cerca de seis séculos entre a formação do reino do Tubo e a incorporação do Tibet ao território chinês pela dinastia mongol (yuan); revoltas de fanáticos religiosos como as de hoje levaram a morte o rei do Tubo no século 9 d. C., fora seguida por quase 400 anos de guerras entre mosteiros e principados.
Anotações de Marco Pólo datados da época de sua visita à corte de Kublai Khan (imperador mongol da China) dão conta do Tibet ser uma das 12 províncias que formavam o Império Chinês. Uma série de outras evidências históricas poderiam ser citadas para demonstrar a legitimidade da soberania chinesa na região. O espaço não permite tanto, mas permite lembrar que desde o século 13 nenhum país reconhece o Tibet como território separado da China, assim como desde o século 18 as nomeações de autoridades regionais com status religioso e político (por exemplo, o Dalai Lama e o Panchen Lama) deveriam ser subscritos pelo governo central. Aliás, o próprio entrelaçamento entre poder religioso e público surgiu no Tibet, ainda no século 13, numa arrumação institucional que pudesse contemplar os interesses regionais (muito relacionados à religião) com os ligados ao Império como um todo, é produto da soberania chinesa (6).
Nada disso interessa ao status quo internacional atual; o pensamento liberal é essencialmente a-histórico.
Império britânico e da discórdia
O início do declínio da soberania chinesa sobre o Tibet é concomitante com a perda de sua própria autonomia a partir das Guerras do Ópio ocorridas entre 1839 e 1842 contra a Inglaterra, que naquela época era a porta-voz dos traficantes internacionais de drogas e que fora a guerra pela manutenção das rotas marítimas e terrestres da droga manufaturada na Índia. A China, a partir de então, fora reduzida a uma semi-colônia agredida e dilacerada por potências que hoje, ironicamente, advogam o respeito aos “direitos humanos” e à “independência” do Tibet. Essa observação também não interessa ao status quo internacional atual. Para quê?
O enfraquecimento nacional chinês levou, por exemplo, a Rússia czarista a ocupar a porção norte da Mongólia e formar a chamada “Mongólia Exterior”, que posteriormente na década de 1920, após um golpe bolchevique planejado por Lênin, passou a se chamar República Popular da Mongólia; o Japão veio a ocupar o nordeste do país (Manchúria), estabelecimento uma monarquia títere (Qing) posteriormente derrubada pelo movimento republicano de 1911. A própria Inglaterra investia sobre o território chinês tanto pelo litoral sul, quanto pela via de suas então colônias Índia, Nepal e Butão, em direção ao Tibet. Tentativas de invasões ocorreram nos anos de 1888 e 1903, seguidas pelo Tratado de Lhasa, onde os chineses, além de reparações milionárias, tiveram de garantir acesso a rotas comerciais, via Índia, à Inglaterra, além de permitir o estacionamento de tropas inglesas, instalação de postos de correios e telegráficos e a autorização (para a Inglaterra) de manejar as relações exteriores do Tibet (7). O que significa dizer, perda quase completa de soberania sobre a região em prol dos interesses comerciais e políticos ingleses no sul da Ásia. Uma forma de reduzir o Tibet ao status antes proferido à Índia, logo a semente da discórdia em prol de uma independência da região fora lançada, com alcance estratégico sentida ate os dias de hoje. Melhor, nos próprios acontecimentos da última semana.
A semente da discórdia plantada pela presença britânica no Tibet pode ser sentida no ódio reservado pelos monges aos estabelecimentos comerciais de chineses da etnia majoritária han. Analogia histórica deve ser feita ao ódio religioso entre hindus e muçulmanos na Índia que transbordou na formação de três países separados (Índia, Paquistão e Bangladesh) após a retirada inglesa na década de 1940. Em ambos os casos, han e tibetanos no Tibet e hindus muçulmanos na Índia, as diferenças viveram com concórdia durante os séculos que antecederam a ocupação real britânica. O império britânico foi um grande fator de desestabilização regional, sentida com dor, sangue e lágrimas até os dias recentes.
Volto a repetir: Nada disso interessa ao status quo internacional atual; o pensamento liberal é essencialmente a-histórico.
Pedra no tabuleiro dos interesses norte-americanos
Enfraquecer o já extenuado exército comunista com a intenção de acelerar uma mudança de governo em Pequim, este era o claro objetivo da inteligência norte-americana com o aumento de sua intervenção política no Tibet após 1947, momento aquele em que já era clara a vitória do PCCh sobre o Kuomintang na guerra civil. Neste contexto é significativo o envio, por Mao Tsetung, de um de seus chefes militares mais experimentados (um tal de Deng Xiaoping) ao sudoeste do país com a intenção de – rapidamente – apoderar-se militarmente do “teto do mundo”.
O Tibet aos olhos do imperialismo tem uma importância que evoluiu com o tempo: durante a Guerra Fria, sua independência poderia servir de bastião obscurantista em um continente onde as lutas entre socialismo e capitalismo ocorreram de forma mais sangrenta e, quase, sempre com epílogo em favor dos comunistas. Atualmente, poderia servir, além de base de missões e de bases militares, como um “Estado tampão”, entre os dois gigantes desenvolvimentistas asiáticos, a Índia e a China. Daí a corda dada (bilhões de US$) ao projeto de Dalai Lama de constituição de um “Grande Tibet”, como já citado, incluindo territórios hoje pertencentes a China, a Índia e ao Nepal e a um custo político cujos cálculos mereceriam ser feitos. Não se trata de vasão à teorias conspiratórias ou coisa do tipo. A realidade está aí a nos estatelar com os exemplos de Kosovo e da região da “meia-lua” boliviana, dois lugares onde a inteligência e diplomacia norte-americanas trabalham de forma incessante. Que me provem o contrário.
Neste sentido, Domenico Losurdo nos faz saber de um intrigante comunicado enviado ao então presidente dos EUA, Truman no ano de 1947 pelo então encarregado dos negócios dos EUA em Nova Délhi, George Merrel, para quem chama a atenção acerca da “inestimável importância estratégica” da região – teto do mundo: “(...) o Tibet pode, portanto, ser considerado um bastião contra a expansão do comunismo na Ásia ou ao menos como uma ilha de conservadorismo em um mar de desordens políticas. (...) o platô tibetano (...) em época de guerra de mísseis pode revelar-se o território mais importante de toda a Ásia” (8).
Aprendemos em filosofia marxista que o todo é reflexo do concreto, que por sua vez pode ser dividido em partes. Mais, na parte em sua essência o todo pode ser perfeitamente observado. Assim, para quem trabalha munido da verdade demonstrada pela história, deve antes de tudo, refletir em primeiro lugar se o imperialismo demoveu-se de seus interesses estratégicos na Ásia, do qual o Tibet é parte (vejamos o tratamento dispensado recentemente por Bush e o Congresso dos EUA a Dalai Lama) e em segundo lugar, se da mesma forma como no final da década de 1950 os ocorridos recentemente em Lhasa não são casáveis com os interesses norte-americanos na região, que envolve a contenção da China pela rota da ocupação do Afeganistão e o Iraque. Impossível melhor localização geográfica que o Tibet para produzir transtornos ao governo popular de Pequim. E dentro da China.
Cultura e avanços sociais
Muita gente honesta, de esquerda inclusive, poderá aludir a bandeira da presença no Tibet de uma questão nacional, centrada na necessidade da preservação cultural e da identidade nacional tibetana que poderá incluir o direito ao Tibet de gozar de independência. Em primeiro lugar em resposta a este tipo de questão que poderá ser aludida nalgum momento, os defensores da soberania chinesa sobre aquela região deverá reconhecer que inúmeros abusos foram cometidos contra as características culturais tibetanas – principalmente em afronta a seus traços mais obscurantistas – durante a Revolução Cultural (1966-1976). Mas é bom salientar que quem esteve a frente das turbas juvenis durante esta horrível página da história da república popular eram guardas vermelhos de nacionalidade tibetana.
Não resiste a prova empírica a “denúncia” feita por Dalai Lama no último domingo (15/03) acerca de um genocídio cultural no Tibet. A bem da verdade toda uma política afirmativa pró-tibetana está em curso na região desde 1990, momento este em que se instituiu a obrigatoriedade de o governador (que era da etnia han até 1990), ser de nacionalidade tibetana, 70% dos funcionários públicos idem, o bilingüismo foi recentemente introduzido com clara preferência a língua tibetana e estimulado e a construção da primeira linha ferroviária ligando o Tibet ao resto do país trouxe novo fôlego econômico à região. Segundo Duarte Pereira, “Hoje quem visita o Tibet, pode ver por toda a parte os estandartes com sutras e os nichos com imagens sagradas. Existem 46 mil monges e freiras, cerca de 2% da população, e aproximadamente 1 mil e 700 mosteiros religiosos foram recuperados. A tradição secular dos festivais religiosos foi retomada e um grande movimento editorial vem publicando as escrituras sagradas e a literatura religiosa do budismo, em alguns casos pela primeira vez. A célebre epopéia tibetana do rei Gásar foi recolhida da tradição oral e está sendo publicada pela primeira vez em vários idiomas” (9).
Um longo ensaio poderia ser feito para descrever os avanços sociais obtidos no Tibet nos últimos 50 anos, pronto para escancarar as diferenças entre uma teocracia escravista apoiada pelos imperialismos britânico e norte-americano em contraponto à democracia popular posta em prática na região: seus analfabetos deixaram de ocupar 90% de sua população para menos de 20% em 2005; não existiam escolas públicas de primeiro ou segundo grau em 1950, hoje existem mais de 3.000; não existiam universidades, hoje conta com uma universidade e três grandes centros de pesquisas; não existiam direitos às mulheres, hoje elas ocupam cerca de 20% do funcionalismo publico e 28% das vagas oferecidas na universidade. A população tibetana dobrou no período entre 1950 e 1990, fruto – também – de um aumento da expectativa de vida que variou de 35 anos em 1950 para 65 anos em 1990 (10).
Repito mais uma vez: Nada disso interessa ao status quo internacional atual; o pensamento liberal é essencialmente a-histórico.
Progresso x retorno à Idade da Pedra
Não precisa ser nenhum militante comunista ou nutrir alguma simpatia pela China para perceber que longe da soberania chinesa, nenhum avanço econômico, social e político seria possível num país com as características sociais e geográficas como o Tibet. O caso da Índia é muito instigante: nem um crescimento robusto nos últimos 20 anos tem sido capaz de mudar a situação de milhões de parias sociais e nem garantir que quase 50% de sua população deixe de inflar os dados sobre analfabetismo no país.
A questão reside no fato de que a “lei do desenvolvimento desigual e combinado” teria o efeito de uma bomba, se o Tibet se tornasse um país independente. O Tibet é um país cuja maioria de sua população ainda vive de atividades primárias e na linha da sobrevivência. Citada lei (do desenvolvimento desigual e combinado) só pode ter proscrição nos quadros de um planejamento nacional e transferências centro x periferia no interior do país, como na URSS dos primeiros planos qüinqüenais e a China de hoje.
A independência da região não garantiria a drenagem de bilhões de US$ em obras infra-estruturais hoje proveniente do governo central, afora outro montante de investimentos em variegados setores como o da geração de energia eólica e o turismo. Seguramente, a independência do Tibet seria a senha ao retorno da região à Idade da Pedra, como ocorreu em diversas localidades da extinta URSS, África e América Central pós-Consenso de Washington (década de 1990).
Continuidade do progresso e afirmação nacional decorrentes de tal ou um retorno à Idade da Pedra afiançado pelo imperialismo, eis o dilema tibetano.
Finalizando, a “mão invisível do mercado” ou algum “hedge fund” teria condições de alçar o progresso social e material de uma localidade como o Tibet, longe da soberania chinesa? Algum monge profeta de uma futura “independência do Tibet” ou qualquer intelectual orgânico do status quo reinante ou algum (a) jornalista brasileiro correspondente na China aceitariam enfrentar este debate? Alguma consideração fora das palavras de ordem ditadas em algum “instituto de estudos chineses” ou em redações dos jornalões do imperialismo, ambos localizados no centro do sistema?
Notas:
(1) Sobre este projeto do “Grande Tibet”, ler: GOLDSTEIN, Melvin: “The Dalai Lama`s Dilenma”. In, Foreign Affairs. January/February, 1998. pp. 83-97.
(2) LOSURDO. D. “Fuga da História?”. Editora Revan, 2004, p. 171. Losurdo baseia-se em dados contidos em: KNAUSS, John Kennedy: “Orphan of the Cold War. America and Tibet Struggle for Survival”. Political Affairs. New York, 1999. A fonte é insuspeita, pois Knauss foi agente da CIA com grande folha de serviços prestados na Ásia.
(3) GYAINCAIN. N. & JIAWEI, W.: “The Historical Status of China’s Tibet”. China Intercontinental Press. Beijing, 1995.
(4) PEREIRA, Duarte: “A polêmica sobre o Tibete”. In, LIMA, Haroldo (org.): “China: 50 anos de República Popular”, Anita Garibaldi, 1999, p. 105.
(5) Idem, p. 100.
(6) Ibidem, p. 101.
(7) GYAINCAIN. N. & JIAWEI, W.: “The Historical Status of China’s Tibet”. China Intercontinental Press. Beijing, 1995, p. 112.
(8) LOSURDO. D. “Fuga da História?”. Editora Revan, 2004, p. 170.
(9) PEREIRA, Duarte: “A polêmica sobre o Tibete”. In, LIMA, Haroldo (org.): “China: 50 anos de República Popular”, Anita Garibaldi, 1999, p. 108.
(10) Idem, p. 108 e Tibet Statistical Yearbook para todos os anos.
*Elias Jabbour, é Doutorando e Mestre em Geografia Humana pela FFLCH-USP, membro do Conselho Editorial da Revista Princípios e autor de ''China: infra-estruturas e crescimento econômico'' 256 pág. (Anita Garibaldi).
http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=34399
22 DE MARÇO DE 2008 - 06h11
Veja no vídeo quem são os brutos e os pacíficos do Tibete
O vídeo que você verá mostra as famosas "imagens do Tibete" e julgue quem são os brutos violentos. A reportagem de 15 minutos é do canal internacional da rede estatal da TV chinesa, a CCTV, mas as cenas e os depoimentos falam por si mesmos. Elas explicam também por que o dalai lama, que apostou durante décadas em seu "pacifismo", trata agora de se distanciar cautelosamente dos seus discípulos incendiários e assassinos de Lhasa.
O site Diário do Povo Online (http://spanish.people.com.cn) divulgou versões da reportagem em espanhol, inglês, francês, japonês, russo, árabe e chinês. O Vermelho reproduz a versão em espanhol, e traduz abaixo a reportagem da CCTV.
Em 14 de março de 2008, em Lhasa, capital da Região Autônoma do Tibete, um punhado de infratores cometeu graves delitos de violência, como agressões, expulsões, saques e incêndios, prejudicando seriamente a sociedade.
Clique aqui para ver o vídeo
Por volta das 11 horas da manhã do dia 14, essas pessoas à margem da lei se congregaram em torno do Templo Ramoche. Dezenas de monges atiraram pedras contra vários funcionários da polícia para provocar os distúrbios.
Um motociclista atacado na cabeça
Em torno das 2 da tarde, cada vez mais e mais infratores se congregaram em torno do templo Ramoche. Mais tarde um grupo maior de infratores, armados de paus e facas, tomou as principais ruas de Lhasa. Os distúrbios começaram a ganhar força. As imagens das câmaras de monitoramento mostram os delitos. Estas pessoas derrubaram um veículo policial, e logo depois outro.
Algumas pessoas foram feridas no conflito. Um cameramen amador registrou as imagens que vêm a seguir. Os desordeiros golpearam fortemente, com pedras, a cabeça de um motociclista. Mais e mais desordeiros se incorporaram à ação violenta.
Neste incidente, alguns desordeiros recorreram a práticas muito cruéis. Este cidadão inocente perdeu o olho direito, e teve a orelha esquerda cortada.
Os alvos: lojas, bancos, hospitais, escolas...
A partir das 3 da tarde os infratores cometeram sérios delitos de violência. Detenções, saques e incêndio de propriedades de terceiros em algumas ruas de Lhasa. As instalações públicas nestas ruas foram destruídas: hospitais, veículos de transporte coletivo, instalações da rede elétrica e um escritório de informações, nestas ruas, também sofreram sérios danos.
As agências de sete bancos nesta área foram alvo dos ataques. Os infratores destruíram dez caixas automáticos e as instalações das agências.
A violência continuou a ganhar terreno. Os infratores incendiaram os arredores dos templos de Jokhang e Ramoche, e um mercado. No centro de Lhasa, o supermercado Si Fang e um mercado foram devorados pelo fogo.
Os infratores se introduziram em escolas primárias e secundárias. Incendiaram um edifício da escola secundária número 2 de Lhasa. A fumaça negra e espessa cobria toda a cidade. SAentia-se de longe o cheiro de queimado.
Dois caminhões de bombeiros queimados
Quando os bombeiros chegaram para apagar os incêndios, um grupo de desordeiros se aproveitou para queimar dois dos veículos dos soldados do fogo, ferindo quatro bombeiros.
Neste violento incidente, em meio a agressões, saques e incêndios em Lhasa, os desordeiros destruíram 56 veículos; queimaram ou mataram com métodos violentos a 13 civis inocentes. Dezenas de polícias da segurança pública que estavam de guarda saíram feridos, quatro deles com gravidade: 61 efetivos da polícia armada foram feridos, seis deles com gravidade.
Os desordeiros começaram incêndios em mais de 300 prédios e queimaram 214 residências ou estabelecimentos comerciais.
Resgate de turistas japoneses
Quando explodiu o violento episódio, as instituições do partido (Comunista da China) e do governo da Região Autônoma do Tibete enviaram imediatamente a polícia para controlar a situação e dispersar os infratores. Os bombeiros mal puderam extinguir o fogo e socorrer os civis inocentes, que foram imediatamente tratados.
O governo local declarou que os efetivos da polícia armada salvaram mais de 500 pessoas em Lhasa, que foram massacradas, inclusive três turistas japoneses, assim como professores e estudantes de uma escola primária e uma escola secundária. Nenhum estrangeiro morreu ou foi ferido neste incidente.
Durante o tratamento dado aos acontecimentos, de acordo com a lei, a polícia de segurança pública e a polícia armada mantiveram um enorme comedimento, aplicando a lei de forma firme e civilizada. Ao longo de todo o processo, não portaram e nem empregaram armas mortais.
Os efetivos da polícia armada foram insultados. Alguns foram inclusive encurralados e feridos, vários com gravidade, pelas pedras lançadas pelos atacantes.
"A camarilha do dalai lama"
Os funcionários da Região Autônoma do Tibete manifestaram ter provas suficientes para provar que as agressões, destruições, saques e incêndios registrados em Lhasa foram organizados e premeditados pelo grupo do dalai lama.
Fala Baema Chilain, vice-presidente da Região Autônoma: "A camarilha do dalai se aproveitou de todo tipo de ardis para penetrar no interior da região, e recorreu a vários meios para incitar pessoas desconhecedoras da verdade, a participarem de agressões, destruições, saques e incêndio de propriedades alheias. Todas as evidências demonstram que a camarilha do dalai vem destruindo a unificação da pátria e tramando a independência do Tibete."
Indignação nas ruas de Lhasa
A reportagem entrevista também gente do povo, nas ruas: "Estou muito aflito", diz um homem. "Estou muito triste. Foram os separatistas que começaram os distúrbios. Não nos deixam levar uma vida normal", afirma uma cidadã. "Não deixam as crianças irem à escola. Não deixam as pessoas irem ao trabalho. Estão minando a nossa felicidade", agrega.
Uma anciã diz que "somos energicamente contra que aconteça outro distúrbio deste tipo. É preciso tomar medidas para fazer frente a esses distúrbios. É preciso tomar as medidas necessárias para defender os interesses do povo, a estabilidade social e a unificação da pátria.”
A família Peng perdeu sua filha
Muitos prédios de Lhasa foram destruídos no incidente violento. A Rua Juventude, no centro da cidade, foi uma das zonas mais afetadas. Em 14 de março a família do comerciante Peng Xiaobo foi vítima de uma inesperada desgraça.
O comerciante, um jovem, testemunha: "Tudo foi muito rápido. Um sujeito que estava no toldo saltou no segundo andar. Exigiu que nós deixássemos o dinheiro e saíssemos para salvar a vida. Naquele momento aconteceram os crimes e quando olhei parta baixo, pela janela, a fumaça era muito espessa."
Os infratores queimaram as quatro lojas de Peng Xiaobo e sua família foi obrigada a sair do prédio saltando pela janela. A esposa de Peng lesionou a coluna vertebral durante a dramática fuga. Mas o que aconteceu depois foi muito mais trágico.
Peng, emocionado, depõe: "Minha irmã, que completou 18 anos de idade em dezembro passado, não se atrevia a saltar. Achou que poderia sair por uma das duas portas de baixo. Mas não sabia que a escada estava queimando. Não teve coragem de saltar e tentou sair pela escada. Ao pisá-la, caiu e morreu queimada."
A última mensagem no celular de Shen Xia, 18
Shen Xia era uma jovem de 18 anos procedente da província de Sechuan. Às 15 horas do dia 14, a loja onde a jovem trabalhava com outras cinco garotas, foi atacada por indivíduos infratores. Os atacantes arrombaram a porta e entraram pela loja violentamente. Shen Xia e suas cinco companheiras se refugiaram num segundo prédio. Nos seus últimos instantes de vida, enviou ao seu pai um torpedo pelo celular: "papai, estão atacando a loja. Não nos atrevemos a sair. Não se preocupe comigo. Diga à mamãe e às irmãs que não saiam na rua."
No entanto, 5 ou 6 minutos depois, as aterrorizadas garotas viram que a loja estava em chamas. Shen Xia e quatro companheiras não puderam fugir, e morreram vítimas do fogo. O pai da garota fala à reportagem, em prantos. "Ela era muito boa. Todo mundo a adorava."
A única sobrevivente, Zhuoma, não podia acreditar no que estava passando, nem conseguia contar a realidade. "Nunca pensei que pudesse acontecer uma coisa assim. Não consigo imaginar que tudo mudou em um instante. Quero perguntar aos fora-da-lei por que mataram tantos inocentes.
Quebraram a máscara de oxigênio de meu filho...
Durante o incidente violento de 14 de março em Lhasa, muitos cidadãos inocentes se converteram em alvo dos infratores. Um lojista, Hu Wanli, contou a terrível experiência dele e seu filho na noite dessa fatídica jornada. "À noite eu e meu filho fomos atacados por pessoas chutaram fortemente o peito do menino, causando uma grave fratura".
Nesse momento grave, Hu Wanli pediu ajuda a uma ambulância, que aplicou um tratamento de emergência no filho. Mas quando a ambulância tinha andado uns cem metros, tornou-se um alvo dos infratores.
Hu: "O menino tem apenas seis anos. Estou muito triste. Atacaram inclusive os médicos, que pediam que eles não fizessem assim. Feriram [os médicos] com paus e pedras. A mim, mandaram que eu não levantasse. E em seguida quebraram a máscara de oxigênio do menino. Estou desolado. O garoto teve que passar dois dias no hospital."
O médico hospitalizado por salvar vida
Hu Wanhi disse que jamais pode esquecer o médico que salvou a vida de seu filho, Lubsang Tsering. No entanto, por salvar a vida do menino Lubsang foi ferido e continua em um leito no hospital de Lhasa.
"Nos encontramos com os vândalos no caminho. Explicamos muitas vezes que éramos médicos. Mas não fizeram nenhum caso. Continuaram atacando nossos veículos, e a nós.
A população limpa as ruas da destruição
Depois da violência, o governo conseguiu controlar a situação rapidamente e tomou as medidas necessárias para assegurar o retorno à normalidade na cidade de Lhasa. Vários departamentos locais e os habitantes se organizaram espontaneamente para limpar os resíduos da destruição e desimpedir as ruas.
Dorje Cering, vice-presidente da Região Autônoma do Tibete: "O próximo passo é normalizar o abastecimento, porque agora a região do Tibete está num momento especial. Temos que garantir que o abastecimento seja suficiente para os cidadãos levarem uma vida normal. Em seguida tomaremos as medidas necessárias para capturar as principais pessoas que agiram fora da lei.
Até 19 de março, mais de 150 infratores da lei tinham se entregado à polícia. Inclusive devolveram os bens saqueados. Na cidade de Lhasa ainda se pode ver as lojas e casas queimadas e destruídas. Mas a normalidade voltou pouco a pouco à vida dos moradores.
Fonte: http://spanish.people.com.cn
http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=34565
A China como a conhecemos hoje surge quando?
Durante a Dinastia Chin, durante Invasão Mongol, durante o protectorado europeu do seculo XIX,durante invasão do Japão nos anos 30 do seculo passado, após a Revolução de Mao...
È só após a Revolução de Mao, que o Tibete foi ANEXADO, e problemas de fronteiras a China teve alguns, e bastante graves, com a India, exactamente ,porque ainda hoje, as suas fronteiras, não estão perfeitamente definidas.
Dizer-se que o Tibete fez sempre parte da China, é não só UMA FALSIDADE HISTÒRICA, como revela que a propaganda, cega por vezes os defensores dos regimes ditos socialistas, mas que na realidade mais não são, de que ditaduras em que uma grupo de pseudo-iluminados , se apoderou do aparelho de Estado, e governa em ditadura.
A China de hoje é o paradigma do que pior sempre teve o capitalismo, uma exploração desenfreada de mão de obra, com a consequente repressão dos trabalhadores.
Quanto ao resto, se a China quer realizar os Jogos Olimpicos, que hoje nada têm do seu espirito original, e são só uma maquina bem oleada de fazer dinheiro, através do desporto de alta competição, não tenho nada a opôr, as ditaduras sempre se deram bem com o desporto, como forma de auto-promoção.
Quanto ao Jeronimo de Sousa, e ao PCP, esta é a melhor prova que esta gente não muda, e ainda há quem tente alianças, com semelhante personagem...
LIVRA.....
PS: apesar de tudo se o Diogenes Arruda, e João Amazonas , ainda fossem vivos, o Vermelho não diria tantas besteiras....
Caros, que colocaram os estendais. Desculpem não poder responder mas não tive paciência para ler. Se quisesse ler o Jornal do Povo em versão original ou outras, tentaria aperfeiçoar o meu chinês. Sinceramente, e peço-vos imensa desculpa por isso, não me entusiasma.
Anónimo das 11.47, estou de acordo com tudo o que dizes quanto à China, daí o post...
Quanto à provocaçãozinha final, não sei a quem te referes quando dizes que há quem qeira fazer alianças com o Jerónimo de Sousa.Mas entendo o porquê de meteres a estocadita - perdi a ingenuidade há uns anitos.
Pela minha parte limito-me a dizer que a luta contra Sócrates tem que ser feita em convergência com outras forças de Esquerda (pois, pode-se discutir os concenios de Esquerda, mas talvez não venha muito a propósito...).
Mas se tu me conseguires provar que o Bloco consegue, por si só, fazer oposição a Sócrates, derrotá-lo nas urnas e obrigar o PS a fazer uma política que salvaguarde os interesses e os direitos dos tabalhadores, manda a receita. Pela minha parte, ficar-te-ei eternamente grata. Acho que os trabalhadores portugueses tambem.
Ah e só uma coisa. Gostaria de nunca ter sido obrigada a optar por fazer "convergências" com muitos dos que votaram em Soares...mas que fazer, havia o Freitas para derrotar...
Também tinha preferido não ter algumas companhias ne "convergência" pela despenalização da IVG, mas que fazer havia que acabar com a vergonha do aborto clandestino...
O que é que um gajo pode fazer: já somos tão crescidos e ainda não descobrimos a varinha mágica.
O post eos comentários,discutiveis com certeza, revelam um dos melhores bocadinhos de blogs dos últimos anos. Prabens.
Pois uma coisa é ter soluções milagrosas na manga, outra bem diferente, é ir lutando convictamente por elas.
As alianças com as bases no PCP, para atingir objectivos comuns , são algo que ninguem de esquerda, pode pôr em causa.
Totalmente diferente, de seguir acriticamente , atraz dos objectivos do PCP.
Aliás basta ver como reagiu o PCP na Madeira, á proposta do BE ,de realizar as comemorações do 25 de Abril de forma unitaria, ou a tentativa de criar uma frente comum contra o polvo PSD-Alberto João..... RECUSOU.....
E não era o Jeronimo, que nas ultimas eleições, dizia que na Madeira não se vivia nenhum deficite democratico, porque o PCP podia fazer comicios onde quisesse....
Este debate sobre o Tibete diz muito do que é o PCP, e os seus aliados, Cuba já veio dizer o mesmo, só falta a Coreia do Norte....
Este debate (???) diz muito sobre a tremenda ignorância de quem pensa que o mundo gira em torno do seu berloque, perdão umbigo.
Só muito à pressa, depois já respondo com mais tempo aos outros comentadores, deixem-me deixar um agradecimento sincero ao nosso último comentador: o que seria de nós, se, de vez em quando, não nos aparecesse aqui alguém inteligente, culto, esclarecido...ah e humilde para nos colocar a todos no nosso miserável lugar.
Bem hajam.
So uma coisa...acho qe falta uma virgulazita, depois do perdão. Assim parece que o perdão se chama umbigo, o que é mau...ou o umbigo se chama perdão...o que ainda me parece pior. Desculpa o reparo.
Este debate (???) diz muito sobre a tremenda ignorância e pateta pesporrência de quem pensa que o mundo gira em torno do seu berloque, perdão, umbigo.
http://spanish.people.com.cn
http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=34565
Será que são tão idiotamente pusilânimes que aplaudam estes ataques racistas?
Quem te manda a ti sapateiro tocar rabecão?
Pateta é quem vem anonimamente a um blog apelidar outros de patetas. Se tem algo de tão sério para explicar aos comuns mortais faça-o, senão retire-se. A superioridade moral e intelectual de quem dirige este blog prova-se pelo facto de terem publicado a sua defecação.
Este "João" é dos que gostam do come e cala-te, o pateta
João, não vale a pena perder tempo com essa gente. Já é nossa conhecida. De vez em quando desaparace, o Partido, possivelmenten dá-lhe outras incumbências, mas depois volta. Dantes, assinava Margarida, mas não garanto que fosse sempre a mesma Margarda...normalmente era, mas tinha alturas em que alguém tomava o seu lugar na provocação reles e na baixaria. Poissivelmente nas folgas.
Cobarde, como dá para ver, um dia covidei-a a encontrar-se comigo na Junta de Freguesia da Pena, para que ela me dissesse cara a cara as provocações a as calúnias baratas que aqui ia deixando. Como qualquer bom cobarde meteu o rabinho entre as pernas e continuou a deixar aquilo, que ela pensa ser veneno, mas que nem a veneno chega. Digamos, o seu pó, por aí espalhado. Passava os dias e as noites algures na Soeiro Pereira Gomes e, sabe-se lá porquê, pensou que me incomodava.
Algumas vezes, tivemos que tomar medidas drásticas e fazer a pré-autorização dos comentários. Não porque nos incomodasse, mas porque a paranóia atingia limites incomportáveis.E nós tinhamos receio de, mesmo involuntariamente, estarmos a contribuir para a sua loucura total.
Vais ver que fica por aqui uns tempos...depois desaparece. Possivelmente tem uma missão qualquer na China ou na Coreia do Norte. Creio que deverá ser para formação profissional.
Este "João" é dos que gostam do come e cala-te da pateta
Ele havia por aí um tipo recalcadíssimo que postava textos da conferência episcopal, do vaticano, etc.
Agora aparece outro (ou outros) pássaro(s) a copiar textos de outras fezes. O que é que se há-de fazer? Os fanáticos não podem ser simplesmente internados, e certamente não podemos ligar muito ao que repetem. Temos que ter uma certa paciência.
Hoje em dia a China representa um negócio fabuloso! E como todos sabemos negócios e hipocrisia são camaradas de sacristia!
Eu ainda nem sei bem que tipo de batráquio o Jerónimo foi obrigado a engolir para dizer aqueles disparates sobre a china, o tibete e os jogos olímpicos!
Cá por mim ele já em uns anitos e, veio-lhe de repente à cabeça, um bocadito mas desgravado duma cassete antiga. Acontece.
Que baixaria que por aqui vai...
Leal, esta nossa amiga já é de antes do nosso amigo dos textos do Papa...já pensei se fizessemos uma parceria com um psiquiatra amigo...ainda ganhávamos algum e faziamos uma boa acção!!
Boa noite Isabel,
Dê-lhe as voltas que quiser dar mas é falso que o Tibete até há 50 anos atrás fosse um país independente.
Pode ler, se quiser adquirir um pouco mais de cultura geral o que vai para o ar amanhã às 16h08m no meu blog.
Mas deixo-lhe desde já um cheirinho:
«O jornalista francês Hubert Beuve-Mery, fundador do Le Monde, costumava insistir que “a missão do jornalista é saber e dizer o máximo possível”. Ainda há jornais e jornalistas que seguem esse preceito. Mas cresce o número dos que substituem qualquer esforço investigador pela reprodução acomodada de versões unilaterais e distorcidas dos acontecimentos.
A controvérsia sobre o Tibete é um bom exemplo. Livros, reportagens e documentários repetem, monocordiamente, os relatos e as acusações difundidas pelos separatistas tibetanos. Não entrevistam as autoridades atuais da região, nem os monges patriotas que apoiam a unidade da China. Não recorrem às informações e aos documentos oferecidos pelo governo central do país. Não consultam especialistas independentes. Se o fizessem, seria obrigados a reconhecer que a história da China, do Tibete e de suas relações mútuas é muito diferente da propagada pelos separatistas.
A polêmica envolve três questões básicas. Primeira: o Tibete é um país independente, invadido e ocupado pelos comunistas, à frente do Exército Popular, ou faz parte da China há 700 anos, tendo os comunistas apenas cumprido o dever de libertar e reunificar o conjunto do país? Segunda: antes de 1950, o Tibete era uma terra pacífica e feliz, governada por monges sábios e desprendidos como a mítica Shangri-la do novelista britânico James Hilton, ou penava sob um regime teocrático-feudal, atrasado e cruel? Por último, o que é melhor para as nacionalidades chinesas e para os povos do mundo nas vésperas do século XXI: a divisão e o dilaceramento da China, ou a preservação de sua unidade estatal e o progresso conjunto de suas nacionalidades?»
O texto é de Duarte Pereira.
Até amanhã...
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