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domingo, março 23, 2008

Mais um cadeado


Quando fechou em Novembro, sempre acreditei que reabriria. Não reabriu. Pedro Bandeira Freire, sem dinheiro para as obras, mas também sem remédio para o cansaço e o desencanto, fechou-o a semana passada a cadeado.
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Há momentos de que me lembro. Momentos precisos. Filmes que não foram só filmes, foram momentos de vida. Lembro-me do Cerromaior. E da Balada da Rita. A sério, lembro-me do caminho todo até ao metro, a cantarolar a Balada da Rita, depois de ter visto o Kilas. Acho que era capaz de descrever cada palavra. Mas a memória dói. Não descrevo.
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Depois lembro-me do Taxi Driver. Anos mais tarde. À entrada esperei em vão e acabei por ir ver o Taxi Driver sozinha. Lembro o momento, como paradigna de algumas esperas. Anteriores e posteriores. E de alguns filmes vistos e vividos sozinha. Digamos que o Taxi Driver no Quarteto funciona assim como a prova de que as opções de vida nunca são a preto e branco...
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Depois lembro-me do Paciente Inglês. Estava apaixonadíssima. Melhor, em processo de ressaca da paixão. A paixão tinha partido na véspera para Porto Rico. Partido para nunca mais voltar. Ok, a paixão não voltaria de Porto Rico. Talvez o seu objecto sim, mas isso não interessava nada. Fui com um amigo. Comecei a chorar na primeira cena. Mas chorar de chorar. Com barulhos, soluços, lenços de papel a sairem sem parar da mala e a voltarem sem parar para a mala para serem imediatamente substituídos. Não chorei nada pelas queimaduras. Nem pela história de amor impossível. Nem pela dedicação. Nada disso. Passei o filme a chorar com pena de mim. E com raiva a Porto Rico que me levava a paixão. O meu amigo, envergonhado, não me deixou levantar da cadeira enquanto toda a gente não saiu. E passou o genérico todo a atar os ténis. Até não haver ninguém na sala ...e podermos sair sem ser reconhecidos...
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Depois há mais. Muitos mais. Mas não me apetece falar neles. Apenas tenho pena do cadeado ter vencido. Também tem algo de paradigna o cadeado. É assim como mais um filme que lá tenha visto. O cadeado fechou o Quarteto como antes, tantos outros, já tinham fechado a Isabel do Cerromaior.
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Não sei porquê, mas gostava que alguns não se tivessem fechado. Tanto como gostava que o Pedro Bandeira Freire, sem remédio para o cansaço, não tivesse usado este na semana passada.

Mas muitas vezes o cansaço vence a vida. E esta vence os sonhos. E não vale a pena chorar sobre leite derramado. Já diz o povo na sua imensa sabedoria.

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1Comenta Este Post

At 3/25/2008 11:42 da tarde, Blogger Daniel Arruda escreveu...

Não foram tantas história sasim ams eu com 34 anos achoq eu já assisti a demsaiados fechos de boas salas em Lisboa. Só falta mesmo encerrarem o King.
E Lisboa sempre a perder.

 

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