Uma posta sobre a minha terra

Já aqui escrevi que sou saloio. De Loures, mais propriamente, mas entristece-me que a minha terra seja nos últimos tempos várias vezes notícia sempre pelos piores motivos. Ou é um multibanco roubado do tribunal, ou é tiroteios em bairros problemáticos, ou é assaltos mas nunca o é por um bom motivo.

Ainda na 2ª feira lá estive, porque a minha mãe ainda lá mora e porque por vezes gosto de rever uns amigos de infancia, e dei uma volta e aquilo que me apraz dizer na perspectiva de quem está de fora é que Loures mudou nos últimos tempos e mudou para melhor. O caos urbanistico parece que deixou de o ser assim tão grande e nota-se que finalmente a terra cresceu e saíu da estagnação em que estava. Mas infelizmente há todos os problemas que vêm de muito de trás. Os problemas sociais. Foram os bairros sociais mal construídos, foram os problemas ligados à toxicodependência nunca resolvidos em tempo útil, foi a miséria encapotada que nunca foi atacada, foram os problemas de escolaridade das pessoas que, morando no campo e com transportes deficientes e com problemas famíliares, ficaram-se por uma escolaridade mediocre.

Loures teve 12 anos muito maus. Desde que Severiano Falcão abandonou a Câmara Municipal (serei incapaz de falar mal deste presidente da Câmara) que se instalou o caos. A política da propaganda foi a única que fez escola e é isso que se está a pagar hoje. Anos e anos de abandono da verdadeira política virada aos cidadãos. Hoje infelizmente não posso falar sobre as políticas actuais da Câmara, conforme gostaria, pois estou fora. Apenas me limito a ver o que se pode ver e falar com quem acho que me posso aconselhar. Por isso acho que o actual executivo municipal está a fazer coisas positivas embora continue com a política dos compadros e amizades para muita coisa. Mas volto a dizer, estou de fora mas gostava de poder abrir o jornal e ver algo de positivo sobre a minha terra. Afinal nem todos são maus por ali. Há coisas boas. Afinal se um saloio não gostar da sua terra quem gostará?