Hoje visitei um blog, o a-sul, onde por razões várias, mas principalmente falta de tempo, não tenho ido desde o Natal. E é um blog insuspeito pois tanto concordo com o que lá é escrito como muitas vezes discordo. Mas reconheço-lhe o mérito de ser incisivo na defesa da sua posição. Por exemplo quando o tema é imigração normalmente tenho dificuldade em concordar mas no entanto hoje li um post, que reproduzo na integra, mais abaixo, com o qual sou obrigado a concordar. Porque não aponta o caminho mais fácil. O da culpabilização de A,B ou C. Desta ou daquela comunidade, mas sim de toda uma situação criada pelo poder político e onde as pessoas são de facto personagens, intrevinientes, é certo, mas com peso relativo no guião. Como quando as palavras são boas não vale apena inventar deixo ficar aqui o resultado do meu roubo ao Blog a-sul. .
Dos posts destes últimos dias em que avaliámos aqui a situação degradante e explosiva a que se chegou na Costa de Caparica, seria fácil, muito fácil mesmo, sobretudo para os responsáveis Comunistas, unica força que gere em maioria este teritório desde o 25 de Abril , que se apontasse aqui, com raiva e xenofobia, como responsáveis , quem veio de fora e por cá assentou arraiais ( a maioria pacifica, integrada e trabalhadora ) , nomeadamente os Africanos e sobretudo os brasileiros. Não vamos por aí .Se as Máfias Brasileiras encontraram por cá território fértil para se instalarem e dominarem, a culpa não é dos próprios que enveredaram por essa actividade, há muito, e bem longe daqui, e onde a acção policial sobre a sua actividade é bem mais musculada .A culpa por cá foi de quem lhes abriu descontroladamente a porta e os convidou a instalar-se , num meio que até é geográfica e arquitectónicamente muito parecido com o seu, mas com muito menor controlo policial do que o que tinham no Brasil.Se outra cultura, a africana pretende também por cá decalcar o bairro de lata onde habitava em Cabo Verde, na Guiné ou em Luanda, também não os podemos criticar , além de cultural, aquela forma de viver permite amealhar mais uns dinheiros para mandar para a familia , razão pela qual cá se instalaram em busca de um El Dorado prometido , mas revelado amargo e sem retorno.Também não serão criticáveis os nacionais que vêm na Costa e nos seus "Parques de Campismo" uma segunda habitação definitiva, o seu resort privado de férias ou os que após 1974 se instalaram e construíram a Fonte da Tenha e no mesmo local destruíram revolucionáriamente o "resort" de qualidade aí existente .Não culpo, nem critico nenhum deles , culpo sim a total ausência de autoridade do estado (excepto a gestão ambiental do Engenheiro Carlos Pimenta) e recentemente o Programa Polis e as intervenções também recentes do INAG , tirando isto, o que é pouco para quase quarenta anos, tem sido o abandono TOTAL e completo , quer do Estado, quer da autarquia.E quem tem de facto , a responsabilidade directa e inequívoca em tudo isto ?A autarquia , como é óbvio , que fomentou uma politica de massificação urbana e suburbanização de toda a região , sem excepção para as zonas de potencial turistico e de paisagem mais valiosa, e promovida desde 1975 pela CDU , onde se ínclui também uma guerra politica entre a Junta de Freguesia da Costa de Caparica e a Câmara de Almada, históricamente de côr partidária diferente , o que aqui tem um peso não descurável.Culpo pois a autarquia por ter permitido uma explosão urbana que não acompanhou paralelamente a construção de outros equipamentos , culpo a autarquia , sempre diligente a autuar ( e bem ) qualquer cidadão que faça uma "marquise" , mas que fecha os olhos á construção de um bairro de lata (mesmo quando se estava a demolir outro com dinheiros públicos a propósito do Polis) , culpo a autarquia por permitir os abusos e o não cumprimento das regras estabelecidas nos parques de campismo , e culpo sobretudo a autarquia por não ter dado seguimento ás demolições na Fonte da Telha, onde mais uma vez se fecharam os olhos ao crescimento de mais construção em território do dominio publico e em paisagem protegida.Todo este sentimento de impunidade, de falta de controlo de autoridade autárquico e policial é incompatível com a demarcação de regras necessárias à existência de um Estado, e sobretudo a que nesse Estado se integrem individuos vindos de outra cultura. Se continuarmos por esta via de displicência geral , permitindo a graffitagem em todo o lado, permitindo os bairros da lata de geração expontânea, fugindo das ruas , para a segurança do shopping, barricando-nos em condomínios fechados .... então é bom termos a consciência de que os acontecimentos quase diários na Caparica, na Bela Vista, na Quinta da Princesa ou na Jamaica , só ainda agora começaram e que um dia, mais tarde ou mais cedo , faremos parte , como vítimas , de uma daquelas notícias do Correio da Manhã !
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